Será mantido pelo Grupo de Estudos do Terreiro da Vó Benedita

Tentaremos colocar aqui a religião de uma forma pratica com uma linguagem simples de se entender, sem usar expressões antigas e desconhecidas, mas sim simplificando, da forma que nosso mentor o Caboclo das Sete Encruzilhadas quer que seja nossa religião.

A Umbanda é simples, pessoas que não estudam que não se atualizam que tem medo, que tem vaidade que complicam nossa Sagrada.

Em 2013 nosso grupo de Estudos foi focado em temas básicos da Umbanda, e conseguimos construir um conjunto de 10 apostilas básicas , com assuntos essenciais a nossa religião.

No ano de 2014 iremos focar assuntos mais complexos e misteriosos de nossa Umbanda e ate mesmo de outras religiões.

Estaremos fazendo sempre uma vez ao mês na primeira ou segunda terça feira do mês.

Teremos uma hora de palestra sobre algum desses assuntos, com algum convidado participando e depois uma hora de desenvolvimento aos médiuns da casa

Lembrem disso...o desenvolvimento do médium não deve ser apenas espiritual, mas também desenvolver seu intelecto...estudar...entender as obrigações que são pedidas e feitas.

Contatos e sugestões :

João Carlos Galerani Junior - paijoaozinho@terreirodavobenedita.com

Dirigente do Terreiro da Vó Benedita

Terreirodavobenedita.com

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Apostila II - Dezembro 2012



Grupo de Estudo – Gira de desenvolvimento Caboclos – 15/12/2012

 

AS GUIAS

 

As GUIAS são aqueles colares usadas na Umbanda onde médiuns utilizam nos trabalhos eno seu dia a dia como proteção algumas vezes.

Estes “colares” são verdadeiros pára-raios em defesa dos os médiuns.
É um objeto no qual os Guias e Protetores imantam com determinadas forças para servirem de instrumentos em ocasiões precisas.

A Guia é então, uma das muitas ferramentas utilizadas pelo médium que serve como defesa deste que, muitas vezes, se vê obrigado a entrar em contato com energias às quais ele não poderia suportar, daí a explicação para as guias que arrebentam de repente. Por ser de material altamente atrativo, a guia recebe toda a carga negativa que foi direcionada ao médium e arrebenta.

A guia não serve somente como proteção do médium. Esta tem muitas outras utilidades como, por exemplo;
-serve como instrumento de ligação psíquica entre Médium e Espírito,
-serve como instrumento de tratamento,
-serve como material de trabalho das Entidades, atraindo ou emitindo energias e etc.

CONFECÇÃO DAS GUIAS

As guias devem ser confeccionadas com produtos naturais, pois são imantáveis e condutores de energias.
Esses materiais podem ser: sementes, madeira como o bambu, pedras, conchas e outros objetos marinhos, pedras preciosas e semipreciosas (mesmo que lapidadas), cristais, porcelana, miçangas, dentes de animais, guizos e outros, como por exemplo, os metais.

As guias são confeccionadas de acordo com o pedido feito pelas entidades, de acordo com a doutrina da casa que você freqüenta ou de acordo com a necessidade daquela guia.

Não se pode montar uma guia só porque acha bonito, ou porque todos usam, ou porque você acha que deva usar.

Espere, tudo na sua hora!!!!!!!!

Porquê?

A guia é uma peça “benta” com força e irradiação para nos proteger e aumentar nossa força, nossa vibração e etc. São ritualisticamente preparadas, ou seja, imantadas, de acordo com a tônica vibracional de quem as irá utilizar (médium e entidade), e conforme o objetivo a que se destinam.

Geralmente, quando uma entidade pede para seu filho montar a sua Guia, a mesma estará presente naquele momento, ou para dar orientações na montagem por intuição, ou para ver se o filho realmente tem o devido respeito pela religião (objetos, entidades, rituais e etc.) ou por vários outros motivos como, por exemplo, testes de fé, de paciência, pois tem vezes que a guia se quebra várias vezes antes de ficar pronta, ou às vezes a entidade está desenvolvendo sua mediunidade através das intuições e muito mais.

Por isso, para montar uma guia, deve-se estar tranqüilo, sem agitação externa e sem preocupações, enfim trabalhando, meditando e se conectando com seus Guias espirituais.

As guias, depois de prontas ou compradas devem ser descarregadas e cruzadas (benzidas).

Dependendo da doutrina de cada casa, as guias serão colocadas no conga por um determinado tempo, as vezes serão colocadas em certos recipientes com misturas de ervas, ou colocadas em sal grosso, e etc. Só depois de feito isso é que a entidade chefe da casa ou seu próprio guia vai cruzá-la.

Lembre-se, se a guia não foi cruzada, a mesma não terá nenhum valor.

Como dissemos acima, a guia será imantada com energias de acordo com as necessidades de quem vai usa-la e a que finalidade será utilizada.

TIPOS DE GUIAS

Existem pelo menos quatro tipos de guias que são utilizadas freqüentemente pelos filhos de fé.

São elas:

•Guia de proteção
•Guia de tratamento
•Guia do Orixá
•Guias das Entidades

Cada guia tem seu formato e cores específicas, como já lemos acima, ela será de acordo com a necessidade a que se destina.

Veja a seguir algumas características das guias mais utilizadas.

GUIA DE PROTEÇÃO

Geralmente, quando um médium entra para a religião e começa a trabalhar numa casa de Umbanda, pede-se para que ele providencie a sua guia de proteção.
Essa guia, não é uma regra, mas geralmente pede-se uma Guia de Oxalá, ou de Sete Linhas, em algumas casas utiliza-se uma guia “incomum”, ou seja, uma guia com cores e formatos diferentes do tradicional, de acordo com as instruções do Mentor da Casa é preparada uma guia “Daquele Centro”.
A guia de Oxalá é de cor brancaEssa é a mais usada nos casos de proteção e tratamentos.
Já a guia de Sete Linhas, é aquela que tem sete cores, ou seja, representa os sete Orixás da Umbanda.
É utilizada também para proteção, pois significa que o médium está sob a proteção das Sete Linhas da Umbanda.

GUIA DE TRATAMENTO

Como vimos acima, usa-se muito a guia branca, pois ela tem, “também”, um efeito psicológico no tratamento.
Quando uma pessoa vai passar por um tratamento utilizando essa guia, é dito ao paciente que é uma guia devidamente cruzada para aquele tratamento, e que essa guia branca é a guia que representa a força ou vibração de Jesus, Oxalá na Umbanda.
Dito isso, a pessoa acaba tendo sua fé aumentada, só por ter dito que é de Jesus; e com isso se obtém melhores resultados no tratamento, não que outras guias não sirvam, mas a parte psicológica conta e muito.
Existem casos em que a entidade lhe empresta ou te dá a guia Dele. Nestes casos, quando você for presenteado com uma, não precisa repor; mas, quando for solicitada a sua reposição, não se esqueça de faze-la, existe aí uma grande ligação entre paciente e entidade.
Não precisa pressa, não; mas a devolução é um meio pelo qual a Entidade tem a certeza de que você ao menos tem interesse pelo "teu caso" e respeita o que o Caboclo ou Preto-Velho falou.

GUIA DO ORIXÁ

É a guia que está ligada à faixa vibratória do médium e também é a guia que representa a linhagem das entidades que trabalham com esse médium.
A guia do Orixá é feita na cor relacionada ao Orixá, geralmente de uma cor só, apesar de existirem centros que trabalham com Orixás cruzados. Nesses casos as guias são de duas ou mais cores.
Por exemplo, um Filho de Ogum, usa uma guia vermelha e um Filho de Oxossi usa uma guia verde.
Ogum (guerreiro) tem sua vibração nos campos abertos, já Oxossi (caçador) tem sua vibração nas matas, então não sei como pode existir esse cruzamento de vibrações e Orixás, mas existe...

GUIAS DAS ENTIDADES

São aquelas guias que não tem um padrão, ou seja, cada entidade pede sua guia de trabalho de acordo com suas necessidades. Por isso é que temos tantos modelos de guias tão diferentes umas das outras; temos guias feitas com contas (bolinhas) coloridas e intercaladas com outros materiais, como dentes, olho de cabra, coquinhos e etc.

As guias das entidades devem ser feitas exatamente como elas pediram, pois tem grandes significados para elas que nós nem sequer imaginamos, é como um ponto riscado, cheio de mistérios. Algumas dão até para adivinhar, por exemplo, uma guia toda verde com sete flechas intercaladas e com o fechamento vermelho.
Bem, vamos lá... A cor verde quer dizer que é um Caboclo (jamais vi um Preto-Velho ou um Exu com uma guia verde), as sete flechas poderia indicar o nome desse Caboclo e o fechamento vermelho pode estar indicando a linha que a entidade trabalha, nesse caso linha de Ogum. Então teríamos aí o Caboclo Sete Flechas de Ogum.
Isso foi só um exemplo, bem fácil por sinal. Existem muitas outras guias que são indecifráveis para nós.

CORES DAS GUIAS

Existem cinco tipos de guias que tem cores e formato “padrão”.
•Branco e Verde - Caboclo
•Branco e Preto - Preto Velho
•Azul e Rosa - Crianças
•Vermelho e Preto - Exu
•Branco, Vermelho, Azul, Verde, Amarelo, Marrom e Roxo - 7 Linhas (Orixás)

Essas guias, modelo padrão, são encontradas nas lojas especializadas. E são feitas na contagem de sete contas de cada cor.
Outros modelos de guias, só a pedido das entidades.

UTILIZANDO AS GUIAS

Geralmente os médiuns usam as seguintes guias no trabalho:
•De proteção
•Do seu Orixá
•Dos seus Guias (entidades que trabalham com o médium)

As guias são geralmente usadas no pescoço, porém em alguns casos pode-se notar que alguns médiuns as usam atravessadas no peito, outros na mão e etc.
Isso ocorre por vários motivos.

Vejamos alguns:

•As guias usadas no pescoço servem como um elo de ligação entre seu Orixá (faixa vibratória) e a entidade atuante naquele momento.
Usa-se a guia no pescoço para dar mais intensidade no lado mental do médium, melhorando a comunicação ou transmissão daquilo que a entidade pretende passar ou até mesmo ajudando na ligação do médium ao espírito na hora da incorporação das entidades, onde o médium precisa elevar a sua faixa vibratória e a entidade descer a sua para que ocorra a comunicação.

•Quando um médium utiliza a guia atravessada no peito, geralmente do, é por causa do coração (estado emocional).
A entidade percebe que seu filho está ou tem algum problema ou desvio emocional que poderia influenciar no trabalho, geralmente corações endurecidos, então a guia será imantada para agir na parte emocional do médium.

Utiliza-se a guia atravessada também em tratamentos de certas partes do corpo, mas somente quando for ordenado que seja dessa forma, caso contrário a guia deve ser colocada no pescoço normalmente.

•Guias nas mãos ou enroladas no pulso, somente quando o médium está incorporado. Nesse caso, a entidade utiliza a guia para dar passes.
Quando a entidade enrola sua guia na mão, às vezes nas mãos do consulente, ela está direcionando energias.
Uma guia enrolada na mão da entidade serve como um condutor de energia que será emitida àquela pessoa, quando enrolada nas mãos do consulente, pode ser que a entidade esteja retirando energias negativas daquela pessoa.

Lembre-se que nem todas entidades trabalham dessa forma, cada um com seu jeito de trabalhar. Muitas entidades, ao invés de usar a guia para retirar ou emitir energias, preferem trabalhar com seu charuto ou cachimbo.

•Existem entidades que colocam suas guias no chão e pedem para que o consulente entre dentro daquele círculo na hora que forem passar pelo passe.
Esse círculo forma um campo magnético, onde a entidade vai trabalhar as diversas energias que está sendo trazida pelo consulente.

Existem entidades que não colocam sua guia, mas fazem um círculo riscado no chão, e trabalham da mesma maneira.

•Algumas entidades usam suas guias no pescoço do consulente na hora do passe, outras usam as guias para formar um círculo no ponto riscado e etc.


Uma guia cruzada, usada sem orientação ou de forma errada, pode causar problemas a quem as utiliza.

Muito bem, aí foram algumas formas que as guias são usadas nos trabalhos. Podem existir muitas outras maneiras diferentes de se usar uma guia, mas tudo deve ser feito com orientação.

 

 

BANHOS NA UMBANDA


            A Umbanda, religião ligada aos Orixás e a natureza, tem como fundamentos a utilização de elementos da natureza, que são “regidos”pelos Orixás. Os elementos são : AR ,TERRA ,FOGO, ÁGUA

Estes elementos podem estar reunidos ou não em diversos rituais umbandistas, no intuito de manipulação de energias. Em todo Universo, temos o Prana ou Éter Vital, que é energia essencial para a manutenção da vida em vários níveis energéticos. O Prana é absorvido pelos elementos da natureza e por nós direta ou indiretamente.

A respiração, o “banho” de sol, a alimentação adequada, são alguns dos meios desta absorção energética.
Nos rituais da Umbanda, podemos manipular, então os elementos da natureza e o Prana, através de vários rituais. Alguns exemplos:

A magia, contida em muitos rituais umbandistas, tem a necessidade de elementos materiais de ligação entre a matéria e o plano espiritual.

Os ciclos da natureza e os astros influenciam a vida de todos os seres vivos, aqui na Terra, pois regulam toda a vida, trazendo o equilíbrio.

Devemos entender o máximo possível sobre estas influências, pois é de grande importância, obter o melhor resultado na extração e manipulação energética.

Os banhos ritualísticos de uma maneira geral, são rituais, onde utilizamos determinados elementos da natureza, de maneira ordenada e com conhecimento de causa, com o intuito de troca energética entre o indivíduo e a natureza, afim de fornecer-lhe equilíbrio energético e mental.

Estes banhos prestam-se para limpar as energias negativas, livrar as pessoas de influências negativas, reequilibrar a pessoa, aumentar a capacidade receptiva do aparelho mediúnico, já que os chacras serão desobstruídos, enfim, tem grande importância na manutenção dos corpos.

Embora o banho utiliza-se de elementos materiais, que serão jogados sobre o corpo físico, a contraparte etérica será depositada sobre os chacras, corpo astral e aura que receberão diretamente o prana ou éter vital, bem como a parte astral dos elementos densos.

Não somente os médiuns ativos na Umbanda devem tomar determinados banhos, mas todos nós, em geral, podemos usá-los.

Temos algumas categorias de banhos :

a)* Banhos de Descarrego*

Esta categoria de banho, conhecido também como banho de descarga ou desimpregnação energética é o mais comum e mais conhecido.
Estes banhos servem para livrar o indivíduo de cargas energéticas negativas. Conforme vivemos, vamos passando por vários ambientes, trocamos impressões com todo o tipo de indivíduo e como estamos num planeta atrasado em evolução espiritual, a predominância do mal e de energias negativas são abundantes. Todo este egrégora formado por pensamentos, ações, vão criando larvas astrais, miasmas e todo a sorte de vírus espirituais que vão se aderindo ao aura das pessoas. Por mais que nos vigiemos, ora ou outra caímos com o nosso nível vibratório e imediatamente estamos entrando neste egrégora. Se não nos cuidarmos, vamos adquirindo doenças, distúrbios e podemos até sermos obsediados.

Tipos de banhos de descarrego :
1) Banho de Sal Grosso
Este é o banho mais comumente utilizado, devido à sua simplicidade e eficiência. O elemento principal que é o sal grosso, é excelente condutor elétrico e “absorve” muito bem os átomos eletricamente carregados de carga negativa, que chamamos de íons. Como, em tudo há a
sua contraparte etérica, a função do sal é também tirar energias negativas aderidas no aura de uma pessoa. Então este banho é eficiente neste aspecto, já que a água em união como o sal, “lava” todo o aura, desmagnetizando-o negativamente.
O preparo deste banho é bem simples, basta, após um banho normal, banhar-se de uma mistura de um punhado de sal grosso, em água morna ou fria. Este banho é feito do pescoço para baixo, não lavando os dois chacras superiores (coronal e frontal).

O porquê de não poder lavar os chacras superiores, está ligado ao fato de serem estes chacras ligados à coroa da pessoa, tendo que ser muito bem cuidada, já que é o elo de ligação, através da mediunidade, entre a pessoa e o plano astral superior.

Após o banho, manter-se molhado por alguns minutos (uns 3 minutos) e enxugar-se sem esfregar a toalha sobre o corpo, apenas secando o excesso de umidade.
Este banho é apenas o banho introdutório para outros banhos ritualísticos, isto é, depois do banho de descarrego, faz-se necessário tomar um outro banho ritualístico, já que além das energias
negativas, também descarregou-se as energias positivas, ficando a pessoa desenergizada, que só é conseguido com outro tipo de banho.
Este banho, não deve ser realizado de maneira intensiva (do tipo todos os dias ou uma vez por semana), pois ele realmente tira a energia do aura, deixando-o muito vulnerável.

Existem pessoas que usam a água do mar, no lugar da água e sal grosso.

a2) Banho de Descarrego com Ervas
Este banho é mais complexo e menos conhecido do que o de sal grosso. A função deste banho é a mesma que a do sal grosso, só que tem efeito mais duradouro e conseqüências maiores. Quando uma pessoa está ligada à uma obsessão e larvas astrais estão ligadas a ela, faz-se necessário
um tratamento mais eficaz. Determinadas ervas, são naturalmente descarregadoras e sacodem energeticamente o aura de uma pessoa, eliminando grande parte das larvas astrais e miasmas.

b) *Banho de Defesa*
Este banho serve de manutenção energética dos chacras, impedindo que eles se impregnem de energias nocivas em determinados rituais.
Quando vamos num sítio energético para determinados rituais com ou sem incorporação, enfim, “fechamos” os nossos chacras.
As ervas para estes banhos, podem ser aquelas relacionadas ao próprio Orixá regente da pessoa, ou aquelas que uma entidade receitar.

c) *Banho de Energização*
Após tomarmos um banho de descarrego, é importante que restabelecemos o equilíbrio energético, através de um banho de energização. Este banho reativa os centros energéticos e refaz o teor positivo do aura. É um banho que devemos usar quando vamos trabalhar normalmente em giras de direita, ou mesmo, após uma gira em que o ambiente ficou
carregado.
Também, podemos usá-lo regularmente, independente se somos ou não médiuns.
Um bom e simples banho : pétalas de rosas brancas ou amarelas, alfazema e alecrim.

d) *Banho de Fixação*
Este banho é usado para trabalhos ritualísticos e fechados ao público, onde se prestará a trabalhos de magia, iniciação ou consagração. Este banho é realizado apenas por quem é médium e irá realizar um trabalho aprofundado, onde tomará contato mais direto com as entidades
elevadas. Este banho “abre” todos os chacras e a percepção mediúnica fica aguçadíssima.
As ervas utilizadas para este tipo de banho estão diretamente relacionadas ao Orixá regente do médium e à entidade atuante. São assim receitados apenas por um verdadeiro chefe de terreiro ou médium-magista ou pela própria entidade.

PREPARAÇÃO DOS BANHOS
- Alguns banhos, são feitos com água fria e as plantas são maceradas com as próprias mãos e só depois, se for o caso, adicionar um pouco de água quente, para suportar a temperatura da água;

- Banhos feitos com água quente, devem ser feitos por meio da abafação e não fervimento da água e ervas, isto é, esquenta-se a água, até quase ferver, apague o fogo, deposite as ervas e abafe com uma tampa, mantenha esta imersão por uns 10 minutos antes de usar. Alguns dizem que a água quente não é eficiente para um banho, mas esquecem que o elemento Fogo, também faz parte dos rituais de Umbanda. A água aquecida “agita” a mistura, liberando o prana das ervas;

- Não se enxugar, esfregando a toalha no corpo, apenas, retire o excesso de umidade, já que o esfregar cria cargas elétricas (estática) que podem anular parte ou todo o banho;

- Embora todo o corpo será banhado, a parte da frente do corpo é que devemos dar maior atenção, já que estão as “portas” dos chacras, além da parte frontal possuir uma maior polaridade positiva, que tem propriedades elétricas de atrair as energias negativas e que são eliminadas com o banho, recebendo carga positiva e aceleradora;
- Após o banho, é importante saber desfazer-se dos restos das ervas.
Aquilo que ficou sobre o nosso corpo, nós retiramos e juntamos com o que ficou no chão. Colocamos tudo num saco plástico e despachamos aquilo que é biodegradável, em água corrente ou na Terra.

*Banhos Naturais*

São banhos que realizamos em sítios energéticos, onde as energias estão em abundância. Neste caso, não precisamos em nos preocupar em não molhar os chacras superiores (coronal e frontal), localizados na cabeça, é uma ótima chance de naturalmente tratar da “coroa”, claro que se efetuarmos em locais livres da poluição.

Dentre eles podemos destacar :
*Banhos de Mar* (ótimos para descarrego e para energização, principalmente sob a vibração de Yemanja)

Podemos ir molhando os chacras à medida que vamos adentrando no mar, pedindo licença para o povo do mar e para Mamãe Yemanjá. No final, podemos dar um bom mergulho de cabeça, imaginando que estamos deixando todas as impurezas espirituais e recarregando os corpos de sutis energias. Ideal se realizado em mar com ondas e sob o sol.

*Banhos de Cachoeira
*Com a mesma função do banho de mar, só que executado em águas doces. A queda d´água provoca um excelente “choque” em nosso corpo, restituindo as energias, ao mesmo tempo que limpamos toda a nossa alma. Saudemos, pois Mamãe Oxum e todo povo d´água

Relação de algumas  ervas e suas propriedades:

Arnica - afasta a negatividade
Abre Caminho - novas forças
Açúcar - aceitação
Alho (palha) - proteção
Alecrim - clareza mental
Alpiste - prosperidade
Arruda - proteção
Anis Estrelado - aumenta a auto-estima
Água-de-arroz - calmante
Água-marinha (planta) - limpeza
Alfazema - mudança
Bulbo de cebolinha - tira o cansaço
Comigo-ninguém-pode - defesa
Camomila - limpeza (bactericida)
Canela - limpeza, força e prosperidade
Cravo da Índia - estimulante
Crizântemo branco - calmante
Crista-de-Galo (sementes) - calmante (hipertensão)
Contas de Rosário - concentração
Cenoura (folhas) - fraqueza
Dente-de-Leão - tristeza e anti-tóxico
Erva doce - boas energias
Espada de São Jorge - proteção
Folha de Pinheiro - limpeza
Folhas de Pêssego - dissolve densidades acumuladas
Folhas de Limão - corta energias negativas
Folhas de Manga - prosperidade
Folhas de Louro - prosperidade
Fumo - proteção
Flor de sabugueiro - calmante
Guiné - proteção e força
Girassol (sementes) - acelera as mudanças
Guaraná - aumenta as energias
Hortelã - aceitação
Inhame - força e limpeza
Levante - força, melhorar a auto-estima
Losna - corta a negatividade (raivas)
Macela - calmante (bom para insônia)
Manjericão - equilíbrio, renova as células do organismo
Pitanga (folhas) - melhora a circulação
Rosas brancas - limpeza
Rosas vermelhas - energia
Sementes de tangerina - para dores na coluna
Sálvia – rejuvenecimento
ABRE CAMINHO - banho, erva de Ogum e Exu.
ALECRIM - planta de Oxalá, usada em banhos de Amaci, em defumações, Amuleto afasta os fluidos negativos e atrair proteção.
ALFAVACA - banho de purificação erva e Oxalá e Xangô - usado na defumação para afastar espíritos obsessores e atrair proteção.
ALFAZEMA - evita influencias negativas e limpa espiritualmente pessoas e ambientes.
ARRUDA - usada em amuletos - figas - banhos de descarga, coroação de médiuns na umbanda, usado na casas contra mal-olhado, afasta
maus fluídos e projete contra magia-negra.
BOLDO - banho pertence à Oxalá.
CIPÓ CRUZ - usado em banhos e defumações, afasta fluídos maléficos e espíritos obsessores.
ERVA CIDREIRA - possui a virtude aumentar a intuição, favorecendo o desenvolvimento mediúnico.
ERVA SANTA - também carqueja é de Inhasã.
ESPADA DE INHASÂ - banho. Limpeza de casas, pertence à Inhasâ.
ESPADA DE SÃO JORGE - banho de descarga e amaci, seca e usa-se para defumação contra magia negra.
ESPADA DE OGUN - Ogun, banho usado também, como proteção em casas.
AMORA - Exu, esse vegetal armazena fluidos negativos, soltando-os ao anoitecer com varas de amoreira são feitas inxâ. Para o culto dos
eguns e quizila de Xangô. As folhas são desinflamatórias para boca e garganta.
ARGELIM - AMARGOSO (MORCEGUEIRA) - Exu, banho. Casca banho de descarrego.
CAÁ HOBI (CANILEIRA - ANIL) - Exu, banho de descarrego e limpeza de casas.
BRINCO DE PRINCESA - Exu, banho de descarrego.
CAJUEIRO - Exu, as folhas para sacrifício de animais de quatro patas.
CARDO SANTO - Exu, aplicada na limpeza de casas.
CATINGUEIRA - Exu, banho de descarrego.
FEDEGOSO - Exu, aplicada na limpeza de casas.
HORTELÂ - PIMENTA - banho, anula negatividade de maus fluídos, o sumo purifica o otá (pedra) de Exú, no assentamento.
Planta-se ao arredor da casa de Exu.
MAMÃO BRAVO - Exu, banho de limpeza e descarrego. A fruta vai em ebó.
JUÁ - banho e limpeza de casas.
JURUBEBA - banho de descarrego (Exu).
JUREMA PRETA - ebó de defesa e banho para tirar obsessores (Exu).
MANGUEIRA - Exu / Ogun. Abo, banho de defesa as folhas cozidas servem para corrimento na vagina.
PAU D"ALHO - banho de descarga, os galhos para limpeza de casas (Exu).
PIMENTA DE MACACO - assentamentos (Exú).
PINHÃO BRANCO - banho, quebra demanda, olho gordo, feitiçaria, (Exu).
PINHÃO ROXO - Exu, uso igual ao pinhão braço. Os galhos para limpeza de casa.
URTIGA - Exu, banho de descarrego e assentamentos.
AÇOITA CAVALOS - Ogun, banho de descarrego, limpeza pessoal e de casas.
ARNICA - obrigação de cabeça, abo banho de limpeza. Usado medicina popular para contusões , cortes, lesões, cura também feridas.

ARUEIRA - Exu, Ogun, obrigações banhos de descarrego, limpeza de casas, despacho de eguns.
LOSNA - abo, banho de limpeza e descarrego.
SÃO GONÇALINHO - Ogun, usada em todas as obrigações, banho de defesa, descarrego. No Abó, limpeza de casas.
BABOSA - depois de seca, usada como defumação.
PEREGUN - limpeza de casas, descarrego. Ogun.
ARROZ - sementes usada para ebó.
COLÔNIA - Iemanjá, Amaci, obrigações.
JASMIN - flores usadas em banhos para conquistas amorosas.
PATA DE VACA - Iemanjá, Abo, e banho de descarrego.
AVENCA - Nana, Amaci.
ERVA CIDREIRA - Nana, Amaci, Abo.
ESPINHEIRA SANTA - Omolu, banho de descarga.
MANJERICÃO ROXO - Omolu, Amaci, Abo.
VELAME DO CAMPO - Omolu, sacudimento para saúde, obrigação. Amaci e no Abo.
OBI - fruto oferecido nas cerimônias aos Orixás.
CAMOMILA - descarrego, Abo.
BAMBÚ - defumação.
ROMÂ - banho de descarga, Inhasã.
CRAVO DA ÍNDIA - banho e defumação.
GIRASSOL - Oxalá, banho flor, defumação (sementes)


SENSACOES COMUNS QUE O MEDIUM PODE SENTIR


Cada ser humano é um universo e um sistema diferente do outro e, por isto, todos os médiuns sentem de forma única os efeitos que este complexo movimento constante de energias provoca. Alguns têm sensibilidade maior em determinados chacras e isso pode causar que em determinada região ele vá sentir mais efeitos do que em outras áreas. Às vezes, a pessoa tem maior sensibilidade para sentir um determinado tipo de ação e movimento energético e sentir mais fortemente um determinado tipo de sensação / sintoma e assim por diante.
Os médiuns doam e recebem energias, também são manipulados energética e invisivelmente pelos mentores da corrente astral do agrupamento de trabalho e tudo isto gera sensações, sintomas e efeitos mais ou menos perceptíveis, conforme a sensibilidade de cada um. Não quer dizer que quem não sente nada, ou sente pouco, não está em movimentação energética.
Quando o médium passa a entender certos processos, estes passam a ser mais familiares, a parecer mais simples e natural, sem causar mais tanto medo e insegurança, principalmente se tem a oportunidade de estar em contato com outras pessoas que passam a mesma coisa ou similar ao que ele passa.
Quando o médium está se dispondo em ambiente mediúnico de trabalho, está em intensa movimentação energética, tendo consciência, sabendo ou não disso. A grande maioria das pessoas não tem sensibilidade mais apurada para sentir os efeitos que esta movimentação energética provoca nos médiuns.
Todos os sintomas comuns que os médiuns sentem (bocejos, choques, arrepios, lacrimejamento, calor nas orelhas e face, tonturas, enjôos, dormência, rigidez muscular, taquicardia, tremores, movimentos involuntários, perda do controle de membros ou corpo inteiro, pressão ou formigamento na testa ou nuca, sonolências ou entorpecimento, zumbido ou ruídos dentro da cabeça, pulsação de mãos, pés, cabeça ou corpo todo, pressão no peito, estômago, etc.) são sintomas de que está havendo movimentação energética em seu duplo etérico, chacras e o corpo sente e traduz esta movimentação energética em forma de sensações e sintomas. Estes são processos normais que alguns sentem, uns mais que outros, e não importa o tempo de trabalho, pois é a sensibilidade do médium em perceber movimentações energéticas ocorrendo em seu corpo áurico.
Alguns outros sintomas decorrentes da movimentação e atuação dos Guias nos centros de forças dos médiuns durante uma sessão:
Arrepios – talvez seja o efeito mais comum, resultado da sensibilidade da troca energética que processa descargas elétricas do duplo etérico.
Enjôo – pode ser resultado da movimentação do chacra gástrico para doação de energias, ou alguma entidade que atue e vibre neste campo de força.
Tremores e movimentos involuntários – indica movimentação do duplo etérico, ação das entidades sobre o campo magnético do médium, agindo sobre os chacras, tanto pode ser com o objetivo de troca energética, como para incorporar ou preparar os centros de força para incorporações futuras, ou seja, quando estão “amaciando o corpo” para posteriores incorporações.
Bocejos – são frutos da emancipação/soltura do corpo astral que está sendo preparado para o afastamento que virá com a incorporação. Os bocejos se dão porque o médium entra num estado de relaxamento (parecido ao que antecede o sono), onde também há o desdobramento perispiritual.
Formigamento na ponta dos dedos – está relacionado com a concentração de energia que há em nossas mãos. Sabemos que o campo eletromagnético que nos envolve é sentido pelas extremidades, pés e mãos, por onde sai energia constantemente.
Falta de ar – é resultado da compressão do diafragma que algumas vibrações podem causar, se atuam nos chacras gástrico e cardíaco.
Choro – proveniente de vários fatores, inclusive, descargas energéticas e reequilíbrio do corpo emocional do médium, até as programações mentais do subconsciente. Indica, também, sintonia com uma vibração de Oxum, Iemanjá ou entidades que ativam os chacras responsáveis pela emoção. Como também pode indicar emoção do próprio médium.
Lembrando que uma pessoa pode sentir algumas das vibrações citadas acima, porém, nem tudo que sente é sinal de que é médium ostensivo, que precisa desenvolver, seguir um trabalho e muito menos que é médium de incorporação.
As pessoas podem ter sensações similares e do mesmo tipo, mas nenhuma sente igual e com a mesma intensidade de outras. Cada um tem sua própria e única natureza de receber as diversas e ricas energias que circulam, entram e saem de nossos corpos. Todos nós podemos estar mais sensitivos em dados momentos e mais “receptivos” a captar e perceber energias a nossa volta e dentro de nós.
Em relação à alimentação lembre-se que as entidades podem atuar no chacra gástrico, podendo causar enjôos, então se o organismo estiver pesado com alimentos densos, como carnes vermelhas e de difícil digestão, pode até provocar vômito e muito mal estar.

Antes e Após uma Sessão

Os médiuns são um campo energético sempre em atividade. Existem várias reações, sensações e efeitos que se manifestam, resultado do processo de movimentação energética. Esta movimentação tanto pode ocorrer durante a gira, anterior a ela, pois seus espíritos já estão preparando o seu campo energético horas e, às vezes, dias antes (dependendo do tipo de trabalho que ocorrerá) ou após a ela.
Os médiuns são mais sensíveis a possíveis presenças de campos energéticos de outras pessoas e ambiente do que outras pessoas, assim como as entidades podem estar agindo para assistência a terceiros, sem que o médium se dê conta disto. Os médiuns também podem estar sendo doadores naturais de ectoplasma e outros tipos de fluidos a alguém desvitalizado, o qual funciona como uma fonte sugadora de suas energias, podendo causar alguns efeitos colaterais, que logo passam. Outras vezes, o médium precisa de algum tipo de recarga: banho de ervas ou passes energéticos, para repor a energia gasta.
É de grande valia vigiar sempre seu estado emocional e equilíbrio psicológico e não permitir que pensamentos e sensações negativas façam moradia de forma alguma, pois pode ser impressões e sentimentos que não pertençam ao médium, mas pode captar dos ambientes e de pessoas.
Um fator muito importante no desenvolvimento mediúnico é aprender a identificar as sensações de suas entidades, que embora pareçam serem iguais, não são. Para que aprendam a fechar “as portas” quando entrar em contato com algum tipo de energia desconhecida.
Cada pessoa tem seu tempo, pois não envolve somente “abertura de canais mediúnicos”, mas o emocional e o psicológico precisam estar bem também, para que tudo ocorra de forma salutar, que traga alegria, leveza e satisfação e não mais agonia, desespero, medo e insegurança.

By Danielle danielle@terreirodavobenedita.com 
     Cesar Vinicius Licco    cesar@terreirodavobenedita.com


      

domingo, 11 de novembro de 2012

Apostila I - Novembro 2012


                                                     

COMO SURGIU A UMBANDA

No início do século XV, período da colonização brasileira, mais de quatro milhões de negros africanos cruzaram o Atlântico para tornarem-se escravos na colônia portuguesa. Oriundos de diferentes regiões da África, entravam no país, através de navios negreiros, principalmente pelos portos do Rio de Janeiro, de Salvador, do Recife e de São Luís do Maranhão, trazendo na bagagem a cultura africana.

Para evitar que houvesse rebeliões, os senhores brancos agrupavam os escravos em senzalas, sempre evitando juntar os originários de mesma nação. Por esse motivo, houve uma mistura de povos e costumes, que foram concentrados de forma diferente nos diversos estados do país. Os escravos possuíam suas próprias danças, cantos, santos e festas religiosas. Aos poucos, eles foram misturando os ritos católicos presentes com os elementos dos cultos africanos, na tentativa de resgatar a atmosfera mística da pátria distante.

O contato direto com a natureza fazia com que atribuíssem todos os tipos de poder a ela e que ligassem seus deuses aos elementos nela presentes . Diversas divindades africanas foram tomando força na terra dos brasileiros. O fetiche, marca registrada de muitos cultos praticados na época, associado à luta dos negros pela libertação e sobrevivência, à formação dos quilombos e à toda a realidade da época acabaram impulsionando a formação de religiões muito praticadas atualmente - a Umbanda e o Candomblé.

Umbanda

Uma das religiões mais praticadas no Brasil, com maior propagação na Bahia e no Rio de Janeiro, a Umbanda brasileira começou a ser formada por volta de 1530, com a mistura de concepções religiosas trazidas pelos negros da África, na época da escravidão. O primeiro terreiro foi fundado em 1908 através de Zélio Fernandino de Moraes. Na época com 17 anos, Zélio, que fazia parte de uma família tradicional de Niterói, RJ, incorporava o chamado Caboclo das Sete Encruzilhadas e foi o responsável pela formação de sete tendas que acabaram difundindo a Umbanda. Todas as tendas funcionavam sob o lema: "manifestação do espírito para a caridade" e usavam rituais simples com cânticos baixos e harmoniosos.

A Umbanda incorpora os adeptos dos deuses africanos como caboclos, pretos velhos, crianças, boiadeiros, espíritos das águas, eguns, exus, e outras entidades desencarnadas na Terra, sincretizando geralmente as religiões católica e espírita. O chefe da casa é conhecido como Pai de Santo e seus filiados são os filhos ou filhas de santo. O Pai de Santo principia a cerimônia com o encruzamento e a defumação dos presentes e do local. Seguem-se os pontos, cânticos sagrados para formar a corrente e fazer baixar o santo.

Muitos são os orixás invocados na cerimônia de Umbanda, entre eles Ogun, Oxóssi, Iemanjá, Exu, entre outros. Também invocam-se pretos velhos, índios, caboclos, ciganos.
A Umbanda absorveu das religiões africanas o culto aos Orixás e o adaptou à nossa sociedade pluralista, aberta e moderna, pois só assim um culto ancestral poderia renovar-se no meio humano, sem que a identidade básica dos seus deuses fosse perdida
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                      Hierarquia dentro dos Terreiros de Umbanda

                          


Dentro dos terreiros de Umbanda existe organização e disciplina, além de todo um sistema que objetiva manter esta organização, alguns terreiros, dependendo do tamanho dividem-se em parte administrativa e espiritual.
Estaremos falando agora a respeito dos cargos dentro da hierarquia espiritual mais comumente encontrados nos Terreiros de Umbanda:


Pai do Santo e Mãe do Santo

É o dirigente do terreiro (Babalorixá se for homem e Ialorixá se for mulher).
Eles têm a função de cuidar e zelar da vida espiritual dos médiuns do terreiro, orientar e dirigir os trabalhos abertos e fechados a público. São os responsáveis por fazer cumprir as diretrizes estabelecidas pelo Astral, para o Terreiro. Tanto Pai do Santo e Mãe do Santo são também chamados de o Babalorixá quanto a Ialorixá.

Pai Pequeno e Mãe Pequena

São os futuros Babalorixá e Ialorixá. São a segunda pessoa dentro de um Terreiro de Umbanda. Têm como função auxiliar o Babalorixá e a Ialorixá em todos os trabalhos. Outras funções específicas variam de terreiro para terreiro.

Zelador

É a pessoa responsável por Administrar o terreiro e auxiliando neste sentido o PAI e MAE.
Muitos vezes distribui as fichas de atendimento (ou organiza um responsável) e coordenar a entrada da assistência. Muitas vezes, dependendo do tamanho do terreiro acumula função de cambone.

Médiuns de Trabalho

São os médiuns que dão consulta, que passaram por alguns preceitos (isto também varia de terreiro para terreiro) que os firmaram como médiuns.

Médiuns em Desenvolvimento

São médiuns que como o nome já diz, estão em desenvolvimento. Dependendo do terreiro eles podem dar passes, já incorporam uma ou outra linha, mas ainda não dão consultas . Estão sendo preparados para tornarem-se médiuns de trabalho.

Curimbeiro, Tabaqueiro ou Ogã

É a pessoa que bate (toca) o tambor. Na realidade na Umbanda,
A função do tambor é a de ajudar na invocação das Entidades, deve ter toques harmoniosos e diferenciados para cada Linha.

Cambone

é a viga mestre do trabalho sua energia é fundamental na sustentação vibracional da casa. não são empregados de nenhum médium ,ou entidade e nem pode virar empregado particular de ninguém. Todos que tem essa função deverão ajudar a todas as entidades, não escolhendo por afinidades (gostar mais ou menos de uma entidade ou médium).

Ele avisa ao Zelador, que controla a entrada da assistência, quando o Guia estiver pronto para atender a Assistência. Deve permanecer no local que foi designado, auxiliando a corrente, sempre vibrando em harmonia para o sucesso dos trabalhos e cantando os Pontos solicitados e adequados para cada momento específico.

 Ele não incorpora seus mentores, durante o atendimento da Assistência sem autorização dos Dirigentes.

Não pode comentar, nem contar a outras pessoas o diálogo do Guia com os Assistidos, são treinados para terem uma concentração excepcional para o auxilio na firmeza dos trabalhos

.Para que a pessoa se torne um grande Médium primeiramente terá que ser um grande Cambone, pois é atravez da função que a pessoa terá o inicio não somente aos procedimentos que as entidade( espíritos de luz ) fazem , como beber, fumar, risca ponto etc. ( onde estudaremos mais para frente sobre este ponto ), mas sim aprender os ensinamentos no qual nossa umbanda querida é formada. È ouvindo os aconselhamentos das entidades juntamente com os consulentes, que começaram a ver a verdadeira missão que todos tem.

Muitos acham que somente os Médiuns de incorporação estão trabalhando ou ajudando os assistidos; engano!!!! Pois um cambono concentrado com bons pensamento e sempre em oração e o complemento da energia na casa.

 Imagine um campo de energia de um espirito de Luz o tamanho que isso é. Imaginou???? Imagina uma pessoa com muita fé orando e se entregando para outro que busca ajuda. Imaginou novamente????? Então realize este campo energético juntando os dois.  Não preciso explicar o que isso pode trazer para aqueles que buscam ajuda.

Deixemos bem claro que todas as funções são importantes dentro da organização de um Terreiro e nenhuma é melhor ou pior que a outra, o respeito e a disciplina deve sempre ser elementos básicos da convivência entre todos, deve-se tomar muito cuidado com a vaidade e a inveja, sentimentos que devem ser sempre repudiados por todos e qualquer umbandista.


Procedimentos  e seu elementos

Tronqueira: Casa de Força do Guardião, que na Umbanda é um Exú,  na porta dos Terreiros Umbanda. A Tronqueira é um lugar fixo que está assentado os preceitos dos Exus que comandam o terreiro, para que eles deixem seus enigmas e teores espirituais 24h ativos na casa, um assentamento dos Exus com o terreiro e não com médium ou filhos. Onde qualquer espírito que passe por la saberá que ali é chão protegido por EXU. Por isso devemos sempre pedir licença ao entrar para os EXUS da Porteira.
Bater Cabeça - O médium da Casa, em respeito às firmezas dos Orixás, e das entidades presentes. Bate a cabeça, primeiramente firmando o frontal, e as frontes direita e esquerda à fim de pedir proteção e fluidificar-se para as tarefas, recebendo as energias concentradas no congá. é um gestual que representa humildade e respeito, é uma ato de oferecimento de sua (coroa), de reverencia e agradecimento à Coroa Regente da Casa e de pedido de benção.


Congá: é o santuário ou altar da Umbanda que reúne uma enorme quantidade de objetos: imagens, Santos, pretos velhos, caboclos, deuses hindus , velas, flores etc.
Pemba – é giz oval - forma cônica, que tem o poder de abrir e fechar trabalhos, quando quem o manuseia, sabe o que esta fazendo. Pode purificar, quando em forma de pó e lançado ao ar no ambiente em que se utiliza, pois as pembas são sempre preparadas de forma a condensarem grande quantidade de energia fluidica.
Toalha Branca – significado de pureza onde representa a nosso respeito pelo manto onde se bate e entrega a cabeça para os Orixás.
Velas - Vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo. Iluminadas, são rogação ou agradecimento ao espírito ou Orixá a quem dedicou. Ao iluminá-las, homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito.
Defumação - Visa purificar o médium, o ambiente, os objetos e os consulentes, através da fumaça de uma combinação de ervas específicas. É o ato de expulsar o negativo, através de aromas, ou seja, das essências (ervas: alecrim, benjoim, incenso e outras). A defumação é uma prática antiqüíssima de muitas religiões e de todos os povos. A defumação, evita a contaminação do médium nos diversos tipos de fluidos enfermos que poderiam ser assimilado pelo seu corpo e ou das pessoas presentes no trabalho. Seu aroma desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluídas das Entidades, aumentando assim a sensibilidade de uma forma geral.
Atabaques - Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em vibração.
Ponto Cantado - Um ponto cantado na Umbanda é uma prece de Luz.  Quando cantamos, estamos nos conectando com a Luz da Umbanda, com os Orixás e com os Guias Espirituais. Principalmente, estamos nos conectando com nós mesmos e nossa força e Luz interiores.
Guias (fios de contas) - É um colar ritual de miçangas, contas de cristal, de louça, de frutos pequenos, construídos de acordo com a Entidade, que designa também a cor de sua preferência. Podem ter pequenos objetos presos a eles. Devem ter sempre autorização da casa para as devidas confecções respeitando os procedimentos internos de cada Terreiro.
Vestimenta Roupa Branca (Roupa de Santo) - É a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias. As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (fios de contas). Quando a roupa fica velha, estragada, jamais o médium deverá dar ou jogar fora. Ela deverá ser despachada no mar, juntamente com uma pequena imantação (oferenda) para o Orixá ou Entidade a que pertencer. Fica claro que é obrigatório seu despacho, pois trata-se de um instrumento de trabalho do médium.
Trabalhar descalço - O médium, sempre que possível, deve trabalhar descalço por uma questão de humildade e para facilitar a incorporação, bem como para haver melhor descarga dos fluídos nocivos, diretamente para a terra. Estando o médium calçado, estará isolado da terra, o que dificultará a eliminação dos fluídos nocivos (negativos), assimilados ao se transpor as encruzilhadas, cemitérios, hospitais, etc..., quando da vinda para o Terreiro. Mas cabe sempre as diretrizes de cada terreiro, pois em muitos se tem a obrigatoriedade do uso do sapato. Lembramos que o calçado que se usa dentro de uma gira não se pode utilizar fora, exatamente como a vestimenta Branca do terreiro. 


Passe - Os passes não fazem parte do corpo doutrinário do Espiritismo. Eles remontam aos mais remotos tempos e constituem recursos naturais, postos à disposição dos homens para as tarefas de socorro ao próximo. O Novo Testamento demonstra que Jesus e os Apóstolos utilizavam-se dos passes como recursos magnéticos curadores aliados a recursos espirituais, curando pela imposição das mãos ou pelo influxo das palavras de fé. Graças à sua feição de "Consolador Prometido", o Espiritismo, conserva e difunde essa modalidade de auxílio, a fim de atender uma infinita quantidade de pessoas que batem às portas dos Centros Espíritas, na esperança de cura ou de alívio. O Passe é uma "transfusão de energias psicofísicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em benefício de outrem" (Emmanuel). Para o êxito dessa operação, cabe ao médium passista buscar na prece o fio de ligação com os planos mais elevados da vida. Mágoas excessivas, paixões, desequilíbrio nervoso e inquietude, bem como alimentos inadequados e alcoólicos, são fatores que reduzem as possibilidades do passista e que, portanto, devem ser evitados. Aqueles que se consagram aos trabalhos de assistência aos enfermos através de passes, devem cultivar, além da humildade, boa vontade, pureza de fé, elevação de sentimentos e amor fraternal.


Gira - É a cerimônia onde são invocados os espíritos e amigos espirituais.