Reflexão
LÁGRIMAS DA UMBANDA
Um dia na espiritualidade superior, alguns espíritos
se reuniram e sonharam com um local onde o amor, a fé, a caridade e a humildade
fossem os pilares de um lindo trabalho espiritual.
Um trabalho voltado ao amor ao próximo e a caridade.
E assim surgiu a nossa linda e sagrada Umbanda.
Os nossos mentores e nossas guias espirituais
conspiraram para que tudo desse certo.
Reuniu algumas pessoas na terra com os mesmos ideais.
Trabalharam firme para que estas pessoas se
encontrassem e assim colocando em prática o que antes era ainda um sonho.
Uma pena que algumas das pessoas escolhidas
desviaram-se do caminho tão lindamente preparado.
E exercem uma "Umbanda" tão diferente da que
fora sonhado.
E mais errados são aqueles que "usam" o nome
dos nossos tão queridos guias para dizer aquilo que pensam.
Sempre negando a verdadeira realidade.
E continuam praticando rituais mentirosos e falsas
ideologias.
Muitas vezes me pego pensando, no que me levou a ser
Umbandista!
E nos últimos tempos isto tem sido mais constante!
Devo confessar que todos os dias, tenho muitas
alternativas, até mesmo a alternativa de mudar.
Mas invariavelmente chego sempre a mesma conclusão.
Sou umbandista por que amo esta religião, e ela me
permite praticar o bem, ajudar quem realmente precisa.
Ela me fez crescer e aprender a amar a vida. E me
ensinou a enxergar o mundo de uma forma diferente,
Alargando meus horizontes, não me deu riquezas
materiais, mas me deu paz, me deu compreensão.
Trouxe acalento nas horas mais dolorosas, me fez
conhecer muitas pessoas.
Algumas que já passaram outras ainda estão presentes
em minha vida. E olha que outras eu nem conheço pessoalmente.
Aprendi como princípios básicos desta religião o amor,
a fé, a humildade e a caridade.
Foi a Umbanda com estes princípios que aprendi a amar.
Aí de repente eu vejo pessoas que contrariam todas
essas práticas quase centenárias da Umbanda.
E é tão triste contrariar as leis de Olorum .
Por isso chora minha mãe Oxum.E assim rezo:
- Oxum lava meus olhos, Oxum lava a minha alma, Oxum
mãe das águas, lava o meu coração, Oxum flor das águas, lava o meu coração, que
a enxurrada de suas águas tome conta de mim, e leve minhas mágoas!
Que
assim seja!
Congresso Nacional de Umbanda.
Propõe-se uma “Carta Magna de Umbanda”
A proposta em relação
a um Congresso sempre se fez importante no tocante a assuntos de alta
relevância para a religião. Porém é hora de realizarmos um trabalho voltado a
normatizações, o que não quer dizer codificação temos que ter um posicionamento
único em relação à própria religião. É necessário que haja o comprometimento de
todos para realizarmos uma plataforma de compreensão dentro do conceito
religioso. Para isto segue abaixo uma proposta inicial para ser discutida e
melhorada através de todos os que estarão participando. O Congresso Nacional de
Umbanda, que será realizado em 2014, proposto pelo MPU segue respeitando todas
as vertentes e linhas de estudo, sendo assim não segrega ou discrimina nenhum
tipo de opinião que não seja para enaltecer o meio. Não será colocado em
pauta nenhum assunto de cunho litúrgico ou que faça parte de qualquer ritual,
entende-se assim que existe dentro da religião colocações que servem a todos,
estas devem ser enaltecidas por todos como fonte básica onde parte a própria
religião. Propõe-se uma “Carta Magna de Umbanda” e através desta, todos poderão
assinar dando uma referencia única. Esta referencia respeita os ditames da
sublime forma de interpretação da base religiosa, podendo ser um documento
Nacional onde através dele podemos nos diferenciar de trabalhos que não
condizem com a realidade da Umbanda.
Sabemos que muitos
que não comungam de nossa fé e acabam por interpretá-la de maneira errônea, dando
conotações equivocadas que influenciam a opinião pública e a mídia. A partir do
momento que realizarmos este trabalho, estaremos protegendo nosso conceito
básico, dando força a todas as casas que professam a fé religiosa de
Umbanda. Através desta Carta Magna de Umbanda podemos cobrar de órgãos
governamentais e não governamentais, que respeitem os direitos existentes na
Constituição Brasileira colocando este documento como referencia de
interpretação de nossa religião.
O trabalho foi
apresentado em reunião dia 14 de Abril na Rua Brigadeiro Jordão, 297
Ipiranga a partir das 9h00 da manhã. Cada órgão federativo, representado
pelos seus diretores, sacerdotes e lideranças se empenharam na ajuda em
relação à trazer propostas para o Congresso Nacional de Umbanda, a direção foi
do MPU todos unidos com responsabilidade pela Umbanda.
O Congresso tem por
finalidade agregar todas as vertentes, escolas, federações, templos,
escritores, pensadores, imprensa, filósofos, doutores que estão inseridos na
religião de Umbanda com a finalidade de atingir a opinião pública sobre o que é
Umbanda, sua cultura social, política e religiosa. Temos a responsabilidade de
fundamentar um pensamento único em relação a alguns pontos específicos.
Estes pontos são aspectos claros existentes em qualquer vertente da Religião de
Umbanda e passam a ser uma forma de normatizar uma base. A normatização nada
mais é do que uma forma de trazer a unidade, coerente e inteligente para
difundirmos a nossa religião respeitando a liturgia e os estudos aplicados em
cada vertente.
O lançamento oficial
do Congresso Nacional de Umbanda foi na Câmara dos Vereadores de São Paulo
dia 17 de Agosto a partir das 13h00 onde iniciou o cadastro das
autoridades e posteriormente a leitura das propostas já apresentadas. neste dia
foi assinado o primeiro documento oficializando a realização do
Congresso.
Atualização dia 18 de Agosto de 2013
Congregamos as
diferenças através do diálogo, defendemos a posição religiosa, que é de mostrar
que a Umbanda é uma religião que combate o negativismo, as trevas, educando
seus seguidores atuando sobre a égide do Criador. Assim semeando a PAZ!!!
Divulgamos a Luz da
Umbanda, como fonte viva de crescimento espiritual e através dos postulados
elaborados neste Congresso definitivamente a religião fica protegida dos falsos
religiosos, dos enganadores da fé.
Renovação... é uma
postura de ideias formatadas de pensamentos e ações, que tem como
objetivo posicionar a religião de Umbanda em seus postulados básicos que seguem
nesta Carta Magna de Umbanda.
Todas as propostas aqui elaboradas não estão
finalizadas, são para apreciação e avaliação para traçarmos as melhores formas
de abordar os temas. Nos Foros realizaremos os debates e assim com a opinião
dos presentes estaremos melhorando este documento. Contamos ainda com a
participação pelo site, http://www.congressonacionaldeumbanda.com.br/site/.
Carta Magna de Umbanda
A Umbanda é religião
e tem em seus fundamentos a base na crença em um Único Deus, e sua
estrutura se estende através do panteão de forças que cremos em nossa liturgia,
os Orixás.
Acreditamos nos
espíritos da Umbanda com suas linhas e sublinhas, onde os denominamos de guias
espirituais.
Dando por verdade que
a religião teve as influências das filosofias Indígena, Africana, Kardecista e
Católica.
Cremos em Oxalá -
Jesus Cristo e seguimos seus ensinamentos.
Possui sacramentos e
ritos próprios de batismo, casamento e fúnebre.
A Umbanda é uma
religião de culto a natureza através dos Orixás, sendo assim é uma religião
ecológica. Seus ritos são realizados através de orações, que podem ser
cantadas, ritmadas com a utilização de instrumentos musicais.
Todos estes aspectos
dentro da religião de Umbanda se sustentam como fonte de atuação através da
prática caritativa, assistencialista e religiosa aos que a ela recorrem.
A Umbanda atua
na elevação e educação religiosa praticando trabalhos que visam a evolução do
ser humano.
Entende-se que a
religião de Umbanda, respeitando suas influências, é genuinamente brasileira,
com duas características em sua origem:
Primeira- que ela é
milenar em suas atribuições espirituais em relação a manifestações.
Segunda– que se
iniciou através do Médium Zélio Fernandino de Moraes com a terminologia
Umbanda, em 15 de Novembro de 1908, em Neves, Niterói, através do Caboclo das
Sete Encruzilhadas. Ainda o médium Zélio teve a manifestação de Pai Antônio,
que nos trouxe o sincretismo dos Orixás.
A Umbanda se pratica
por meio da doação pessoal, onde os médiuns de forma voluntária atuam na ajuda
mutua, visando a Caridade. Possuem compromisso, onde a responsabilidade é o
alicerce ético na prática religiosa no combate do baixo espiritismo.
A Umbanda é: Doação, Caridade, Compromisso, Prosperidade.
Doação - A
Umbanda tem no voluntariado a forma de crescimento natural da religião, onde a
participação se faz fundamental.
Caridade -
A ação caritativa é uma das formas da elevação do espírito. Fora da
caridade não existe a compreensão da missão evolutiva do religioso de Umbanda.
Compromisso - A
Umbanda tem no médium compromissado com o bem, com a verdade, com a lealdade,
com a caridade, com a entrega pessoal, com o respeito, a essência do verdadeiro
religioso como forma de evolução.
Prosperidade -
A Umbanda defende que todo seguidor da religião deve ser prospero. A
prosperidade se da pelo esforço constante do conhecimento e trabalho
individual, onde amparado por sua fé conquista seus objetivos.
Racismo
A Umbanda é uma
religião brasileira e assim como seu povo que é miscigenado, existindo a
representação de várias raças. A Umbanda é o exemplo inter-racial e responde
por ela mesma, pois tem em sua base o negro o indígena e o europeu. Mostra-se
como exemplo de cultura e educação, coibindo qualquer forma preconceituosa.
Homossexualidade
Na Umbanda todo ser
humano é visto como irmão (a) espiritual, sendo aceita qualquer orientação
sexual. Assim a religião entende e acolhe espíritos e não o gênero.
Discriminação e preconceito, não são ensinados pelos nossos guias, entendendo
que a Umbanda acolhe a todos.
Encarnamos com propósitos e escolhas, sendo
fundamental respeitarmos o livre arbítrio da escolha pessoal de cada indivíduo.
Drogas
Todos que recorrem
aos vários Templos de Umbanda encontrarão o lado assistencialista. O dependente
químico deve ser tratado sem aspectos preconceituosos, tendo total assistência
por parte da religião de Umbanda.
A Umbanda respeita a
vontade do individuo em buscar e aceitar o tratamento espiritual.
Deve ser observado e
respeitado nos tratamentos, o lado psicológico, o comprometimento químico e
atenção espiritual para o dependente e sua família.
Eutanásia / Suicídio
A Umbanda, por
valorizar a vida, nos aspectos terreno e espiritual, entende que a passagem
deve ser natural, respeitando a Lei do carma e aprendizados importantes ao
espírito.
Só o Criador através
de Sua Onisciência, Onipresença e Onipotência sabe o momento do desenlace
carnal daquele indivíduo.
Práticas que atentam
contra a vida, seja de que forma for, não são aceitas pela religião de Umbanda.
Aborto
Entende-se que
a partir da concepção já existe vida, um espírito que anseia por sua evolução.
As observações dos
resgates espirituais, através dos acontecimentos, necessitam ser levados em
consideração.
A Umbanda é contra a prática
do aborto; porém, quando existe o risco de morte da mãe, o arbítrio deve ser
dela.
O aconselhamento
direto com os guias de Umbanda é fundamental para que as ações sejam feitas
sempre baseadas na espiritualidade.
Violência doméstica
A Umbanda
não aceita qualquer forma de violência doméstica, atendendo aos parâmetros da
legislação vigente com destaque para: Estatutos do Idoso e da Criança e
do Adolescente, Leis de proteção à mulher e a Carta das Nações Unidas (ONU),
onde os direitos da pessoa humana devem ser preservados, combatendo qualquer
tipo de violência doméstica.
O papel da mulher na sociedade
A Umbanda
defende o direito de igualdade, onde a mulher deve ocupar qualquer posição com
o mesmo tratamento.
As mulheres na
Umbanda estão em todos os níveis hierárquicos da religião, mostrando a toda
sociedade o exemplo a ser seguido. Entendemos que a religião de Umbanda é
exemplo a todos os segmentos religiosos, pois valorizamos as mulheres em seu
exercício sacerdotal.
Pedofilia / Maus tratos
A Umbanda não aceita
qualquer forma de ato que atente contra a criança e o adolescente, em especial
os casos de pedofilia e maus tratos, e defende que as Leis já estabelecidas
devam ser aplicadas.
Pessoas que possuem
desvio de conduta podem estar sendo obsidiadas, ou mesmo necessitam de
acompanhamento psicológico, unido de orientação espiritual.
Posicionamento e ética em relação à Umbanda e outras religiões
A Umbanda traz em si
a base religiosa que deve ser respeitada. Amar, respeitar, não julgar, não
caluniar, atuar sempre com verdade, na base do bem, da educação e da elevação.
O posicionamento
ético em qualquer religião deve se basear em tais atributos, manifestado pelo
verdadeiro religioso de Umbanda.
Sobre a questão inter-religiosa a Umbanda
respeita todas as religiões e busca o Estado Laico, não discriminando nenhum
tipo de manifestação religiosa que vise o respeito e evolução do ser humano.
Sobre
os médiuns e assistidos
Os médiuns e
assistidos em geral são vistos como religiosos e devem agir como tal,
acreditando em Deus, nos Orixás e guias espirituais, possuir os atributos da
Fé, amar seu semelhante, não julgar, jamais caluniar, ser um pacificador, estar
a serviço do bem e jamais utilizar o seu conhecimento de forma torpe. Estes
atributos são posicionamentos éticos para todos que comungam da Fé de Umbanda.
Candidatos à política na Umbanda
A Umbanda exige que
todo candidato que se apresente dentro da religião, concorde, se comprometa e
assine documento público com o compromisso de seguir a “Carta Magna de
Umbanda”. Assumindo sua posição expondo em seu próprio site, blog e em suas
redes sociais.
Entendendo que este
documento protege a religião de oportunistas e pessoas mal intencionadas.
Para tanto, a
religião deve estar apontando qualquer tipo de possível desvio de comportamento
do possível representante da religião.
Ensino religioso
A Umbanda defende o
ensino religioso nas escolas de forma ecumênica, porém, enfatiza a inclusão da
Carta Magna de Umbanda como fonte didática e a música umbandista como forma de
inclusão social.
Assim como as demais
religiões, a Umbanda passa a ter um documento que esclarece de forma objetiva
sua base.
Conceitos, Umbanda no Mundo e Jurídicos.
A Umbanda não aceita
e não compactua com trabalhos de ordem trevosa, não faz amarração, ou atua de
maneira que corrompa a base da família. Não cobra trabalhos caritativos de
atendimento e aconselhamento, porém, temos que ter ressalva em relação aos
elementos ritualísticos utilizados.
A Umbanda esta em
vários Países do Mundo, levando a Paz e a Elevação de uma Religião que defende
os direitos pela igualdade, respeitando a pluralidade de cada Nação. As bases
da “Carta Magna de Umbanda” são os princípios seguidos por religiosos de
Umbanda pelo Mundo.
A Umbanda como
religião ecológica, tem em seus seguidores os defensores da natureza.
Entendemos que o Orixá é a força da natureza em nosso planeta e manifestação do
Criador em nós. Sendo o nosso maior altar a própria natureza. Observamos
que não cabe á nenhum umbandista cultuar despachos em zonas publica urbano,
visto que os pontos de irradiação estão juntos a natureza. Sabemos
da necessidade de fazer oferendas ao povo da rua, nossos exus e
pombagiras, porém é importante que haja o
levantamento dos despachos antes do raiar do dia, respeitando as pessoas que
professam outras crenças e a ordem publica.
Do ponto de vista administrativo jurídico
- A Carta Magna de Umbanda defende a necessidade de organização
jurídica e administrativa, no que diz respeito a organização dos templos e
federações.
Caboclos
A presença dos Caboclos nas Giras de Umbanda nos leva a
refletir sobre a importância do meio natural que nos acolheu e nos ajuda a
compreender que somos parte da Criação Divina e, por isso mesmo, precisamos
viver em harmonia com o Todo. Eles são um exemplo de forma de vida simples,
natural, livre de preconceitos e artifícios, de arrogância e de vaidade. Sua
atuação junto de nós é libertadora, própria daqueles que evoluíram.
Caboclos e Pretos-Velhos manipulam ervas de todos os
Orixás porque têm essa autorização e conhecimento, conforme o grau elevado que
os distingue.
Existem Falanges de doutrinadores, de guerreiros, de
“feiticeiros” (isto é, que atuam mais fortemente na quebra de magias
negativas), de curadores, de justiceiros etc.
Os Caboclos são profundos
conhecedores das ervas e dos seus princípios ativos. Suas “receitas” (banhos,
defumações, oferendas etc.) costumam produzir curas inesperadas. Conhecem como
ninguém o Reino Vegetal e podem nos ensinar o valor e a melhor utilização das
ervas e dos alimentos vindos da terra.
Também grandes conhecedores da Magia, nos seus trabalhos
costumam utilizar pembas, velas, essências, flores, ervas, pedras, frutas,
vinho, sumo de ervas, raízes, cipós e sementes, entre outros elementos. Usam
charutos e fumos à base de ervas para defumar o ambiente e as pessoas
presentes, recolhendo e neutralizando as cargas densas que os envolvam.
Sua forte carga magnética nos impulsiona a ir em frente,
a enfrentar os obstáculos com coragem e determinação. Porque Caboclo é o
Arquétipo do guerreiro corajoso, valente, simples, honrado, justo e harmonizado
com as Forças da Mãe Natureza. Pela simples presença entre nós, quando
incorporados em seus médiuns, já nos imantam com essas fortes energias e nos
estimulam a conseguir nossos objetivos. São “caçadores”, vão buscar e nos
ensinam a buscar o melhor para a nossa evolução.
Grandes doutrinadores e disciplinadores, são muito
atuantes na orientação de sessões de desenvolvimento mediúnico, uma vez que os
Guias Espirituais agem principalmente sobre o mental do médium, que está
relacionado ao Chacra Frontal, regido por Pai Oxóssi, justamente o
Regente do Mistério Caboclo.
Também atuam nas desobsessões, na solução de problemas
psíquicos e materiais, na quebra de demandas, entre outros trabalhos
espirituais de Umbanda, utilizando vários recursos magísticos nos quais são
iniciados. Não ostentam conhecimentos, colocam-nos em prática!
Seus assobios e brados assemelham-se a mantras.
Cada Caboclo emite um som, de acordo com o trabalho que vai realizar, criando condições que
facilitem a incorporação e liberando bloqueios energéticos dos médiuns e
consulentes. Os assobios traduzem sons básicos das Forças da Natureza, dão um
impulso no campo magnético (corpo espiritual) do médium para direcioná-lo
corretamente, liberando-o de cargas negativas, larvas e miasmas astrais. Nos
consulentes, produzem igual efeito.
Os Caboclos incorporados também costumam estalar os
dedos, bater no peito e estender o braço na direção do Altar. Tudo isto tem um
significado magístico-religioso:
●Estalar dos dedos - Nossas mãos têm vários terminais
nervosos que se comunicam com os sete chacras principais e com
os chacras menores do nosso corpo. O estalar dos dedos se dá sobre o
Monte de Vênus (a parte gordinha da palma da mão) e reequilibra a rotação e a
frequência de todos os chacras que voltam a funcionar plenamente. O
equilíbrio vibracional gera a consequente descarga de energias desequilibradas
(“negativas”). Ao estalar os dedos, o Caboclo provoca essas reações no campo
magnético do médium ou, conforme o caso, descarrega o campo do consulente. Ao
estalar os dedos da mão esquerda, ele absorve negatividades e faz uma limpeza
energética; e quando estala os da mão direita, ele irradia cargas altamente
positivas e reenergiza, acalma, cura etc.
●Bater no peito - Com isso, o Caboclo ativa
o chacra Cardíaco do médium e equilibra suas emoções, possibilitando
uma sintonia mais apurada com o medianeiro e a efetivação de um bom trabalho
espiritual.
●Estender os braços (ou um braço) para o Altar - Com esse
gesto, o Caboclo lança uma “flecha energética” que ativa os Poderes e Forças
assentados e firmados no Terreiro, conforme a necessidade do trabalho
espiritual a realizar.
Esses procedimentos criam um grande centro de Forças que
facilita o amparo aos consulentes, ao próprio Terreiro e a toda a corrente
mediúnica.
Alguns Caboclos, quando se despedem do Terreiro, dizem
que vão “para Aruanda”, ou “para a cidade da Jurema”. Outros falam que vão
“subir para o Humaitá”, e assim por diante. São referências às colônias astrais
que existem ligadas ao planeta Terra, onde eles habitam, conforme o respectivo
grau de evolução. E muitas vezes os Caboclos responsáveis por Terreiros levam
para essas colônias os dirigentes e demais integrantes da corrente mediúnica
(durante o desdobramento normal dos seus espíritos que acontece durante o sono
físico), a fim de participarem de trabalhos de auxílio a encarnados e
desencarnados, para estudarem e ou receberem. Um trabalho espiritual de Umbanda
não termina no Terreiro, ele prossegue no Astral. Por isso, é importante que os
médiuns sigam as orientações dos Guias Espirituais sobre os preceitos para
antes e depois das Giras (manter pensamentos e sentimentos elevados e uma vida
diária equilibrada, inclusive no campo sexual; abster-se, ao menos por 24 horas
antes e depois do trabalho espiritual, do uso de bebida alcoólica, fumo e
de qualquer substância nociva, mantendo uma alimentação isenta de alimentos de
origem animal, porque são de difícil digestão; etc.).