Será mantido pelo Grupo de Estudos do Terreiro da Vó Benedita

Tentaremos colocar aqui a religião de uma forma pratica com uma linguagem simples de se entender, sem usar expressões antigas e desconhecidas, mas sim simplificando, da forma que nosso mentor o Caboclo das Sete Encruzilhadas quer que seja nossa religião.

A Umbanda é simples, pessoas que não estudam que não se atualizam que tem medo, que tem vaidade que complicam nossa Sagrada.

Em 2013 nosso grupo de Estudos foi focado em temas básicos da Umbanda, e conseguimos construir um conjunto de 10 apostilas básicas , com assuntos essenciais a nossa religião.

No ano de 2014 iremos focar assuntos mais complexos e misteriosos de nossa Umbanda e ate mesmo de outras religiões.

Estaremos fazendo sempre uma vez ao mês na primeira ou segunda terça feira do mês.

Teremos uma hora de palestra sobre algum desses assuntos, com algum convidado participando e depois uma hora de desenvolvimento aos médiuns da casa

Lembrem disso...o desenvolvimento do médium não deve ser apenas espiritual, mas também desenvolver seu intelecto...estudar...entender as obrigações que são pedidas e feitas.

Contatos e sugestões :

João Carlos Galerani Junior - paijoaozinho@terreirodavobenedita.com

Dirigente do Terreiro da Vó Benedita

Terreirodavobenedita.com

domingo, 11 de novembro de 2012

Apostila I - Novembro 2012


                                                     

COMO SURGIU A UMBANDA

No início do século XV, período da colonização brasileira, mais de quatro milhões de negros africanos cruzaram o Atlântico para tornarem-se escravos na colônia portuguesa. Oriundos de diferentes regiões da África, entravam no país, através de navios negreiros, principalmente pelos portos do Rio de Janeiro, de Salvador, do Recife e de São Luís do Maranhão, trazendo na bagagem a cultura africana.

Para evitar que houvesse rebeliões, os senhores brancos agrupavam os escravos em senzalas, sempre evitando juntar os originários de mesma nação. Por esse motivo, houve uma mistura de povos e costumes, que foram concentrados de forma diferente nos diversos estados do país. Os escravos possuíam suas próprias danças, cantos, santos e festas religiosas. Aos poucos, eles foram misturando os ritos católicos presentes com os elementos dos cultos africanos, na tentativa de resgatar a atmosfera mística da pátria distante.

O contato direto com a natureza fazia com que atribuíssem todos os tipos de poder a ela e que ligassem seus deuses aos elementos nela presentes . Diversas divindades africanas foram tomando força na terra dos brasileiros. O fetiche, marca registrada de muitos cultos praticados na época, associado à luta dos negros pela libertação e sobrevivência, à formação dos quilombos e à toda a realidade da época acabaram impulsionando a formação de religiões muito praticadas atualmente - a Umbanda e o Candomblé.

Umbanda

Uma das religiões mais praticadas no Brasil, com maior propagação na Bahia e no Rio de Janeiro, a Umbanda brasileira começou a ser formada por volta de 1530, com a mistura de concepções religiosas trazidas pelos negros da África, na época da escravidão. O primeiro terreiro foi fundado em 1908 através de Zélio Fernandino de Moraes. Na época com 17 anos, Zélio, que fazia parte de uma família tradicional de Niterói, RJ, incorporava o chamado Caboclo das Sete Encruzilhadas e foi o responsável pela formação de sete tendas que acabaram difundindo a Umbanda. Todas as tendas funcionavam sob o lema: "manifestação do espírito para a caridade" e usavam rituais simples com cânticos baixos e harmoniosos.

A Umbanda incorpora os adeptos dos deuses africanos como caboclos, pretos velhos, crianças, boiadeiros, espíritos das águas, eguns, exus, e outras entidades desencarnadas na Terra, sincretizando geralmente as religiões católica e espírita. O chefe da casa é conhecido como Pai de Santo e seus filiados são os filhos ou filhas de santo. O Pai de Santo principia a cerimônia com o encruzamento e a defumação dos presentes e do local. Seguem-se os pontos, cânticos sagrados para formar a corrente e fazer baixar o santo.

Muitos são os orixás invocados na cerimônia de Umbanda, entre eles Ogun, Oxóssi, Iemanjá, Exu, entre outros. Também invocam-se pretos velhos, índios, caboclos, ciganos.
A Umbanda absorveu das religiões africanas o culto aos Orixás e o adaptou à nossa sociedade pluralista, aberta e moderna, pois só assim um culto ancestral poderia renovar-se no meio humano, sem que a identidade básica dos seus deuses fosse perdida
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                      Hierarquia dentro dos Terreiros de Umbanda

                          


Dentro dos terreiros de Umbanda existe organização e disciplina, além de todo um sistema que objetiva manter esta organização, alguns terreiros, dependendo do tamanho dividem-se em parte administrativa e espiritual.
Estaremos falando agora a respeito dos cargos dentro da hierarquia espiritual mais comumente encontrados nos Terreiros de Umbanda:


Pai do Santo e Mãe do Santo

É o dirigente do terreiro (Babalorixá se for homem e Ialorixá se for mulher).
Eles têm a função de cuidar e zelar da vida espiritual dos médiuns do terreiro, orientar e dirigir os trabalhos abertos e fechados a público. São os responsáveis por fazer cumprir as diretrizes estabelecidas pelo Astral, para o Terreiro. Tanto Pai do Santo e Mãe do Santo são também chamados de o Babalorixá quanto a Ialorixá.

Pai Pequeno e Mãe Pequena

São os futuros Babalorixá e Ialorixá. São a segunda pessoa dentro de um Terreiro de Umbanda. Têm como função auxiliar o Babalorixá e a Ialorixá em todos os trabalhos. Outras funções específicas variam de terreiro para terreiro.

Zelador

É a pessoa responsável por Administrar o terreiro e auxiliando neste sentido o PAI e MAE.
Muitos vezes distribui as fichas de atendimento (ou organiza um responsável) e coordenar a entrada da assistência. Muitas vezes, dependendo do tamanho do terreiro acumula função de cambone.

Médiuns de Trabalho

São os médiuns que dão consulta, que passaram por alguns preceitos (isto também varia de terreiro para terreiro) que os firmaram como médiuns.

Médiuns em Desenvolvimento

São médiuns que como o nome já diz, estão em desenvolvimento. Dependendo do terreiro eles podem dar passes, já incorporam uma ou outra linha, mas ainda não dão consultas . Estão sendo preparados para tornarem-se médiuns de trabalho.

Curimbeiro, Tabaqueiro ou Ogã

É a pessoa que bate (toca) o tambor. Na realidade na Umbanda,
A função do tambor é a de ajudar na invocação das Entidades, deve ter toques harmoniosos e diferenciados para cada Linha.

Cambone

é a viga mestre do trabalho sua energia é fundamental na sustentação vibracional da casa. não são empregados de nenhum médium ,ou entidade e nem pode virar empregado particular de ninguém. Todos que tem essa função deverão ajudar a todas as entidades, não escolhendo por afinidades (gostar mais ou menos de uma entidade ou médium).

Ele avisa ao Zelador, que controla a entrada da assistência, quando o Guia estiver pronto para atender a Assistência. Deve permanecer no local que foi designado, auxiliando a corrente, sempre vibrando em harmonia para o sucesso dos trabalhos e cantando os Pontos solicitados e adequados para cada momento específico.

 Ele não incorpora seus mentores, durante o atendimento da Assistência sem autorização dos Dirigentes.

Não pode comentar, nem contar a outras pessoas o diálogo do Guia com os Assistidos, são treinados para terem uma concentração excepcional para o auxilio na firmeza dos trabalhos

.Para que a pessoa se torne um grande Médium primeiramente terá que ser um grande Cambone, pois é atravez da função que a pessoa terá o inicio não somente aos procedimentos que as entidade( espíritos de luz ) fazem , como beber, fumar, risca ponto etc. ( onde estudaremos mais para frente sobre este ponto ), mas sim aprender os ensinamentos no qual nossa umbanda querida é formada. È ouvindo os aconselhamentos das entidades juntamente com os consulentes, que começaram a ver a verdadeira missão que todos tem.

Muitos acham que somente os Médiuns de incorporação estão trabalhando ou ajudando os assistidos; engano!!!! Pois um cambono concentrado com bons pensamento e sempre em oração e o complemento da energia na casa.

 Imagine um campo de energia de um espirito de Luz o tamanho que isso é. Imaginou???? Imagina uma pessoa com muita fé orando e se entregando para outro que busca ajuda. Imaginou novamente????? Então realize este campo energético juntando os dois.  Não preciso explicar o que isso pode trazer para aqueles que buscam ajuda.

Deixemos bem claro que todas as funções são importantes dentro da organização de um Terreiro e nenhuma é melhor ou pior que a outra, o respeito e a disciplina deve sempre ser elementos básicos da convivência entre todos, deve-se tomar muito cuidado com a vaidade e a inveja, sentimentos que devem ser sempre repudiados por todos e qualquer umbandista.


Procedimentos  e seu elementos

Tronqueira: Casa de Força do Guardião, que na Umbanda é um Exú,  na porta dos Terreiros Umbanda. A Tronqueira é um lugar fixo que está assentado os preceitos dos Exus que comandam o terreiro, para que eles deixem seus enigmas e teores espirituais 24h ativos na casa, um assentamento dos Exus com o terreiro e não com médium ou filhos. Onde qualquer espírito que passe por la saberá que ali é chão protegido por EXU. Por isso devemos sempre pedir licença ao entrar para os EXUS da Porteira.
Bater Cabeça - O médium da Casa, em respeito às firmezas dos Orixás, e das entidades presentes. Bate a cabeça, primeiramente firmando o frontal, e as frontes direita e esquerda à fim de pedir proteção e fluidificar-se para as tarefas, recebendo as energias concentradas no congá. é um gestual que representa humildade e respeito, é uma ato de oferecimento de sua (coroa), de reverencia e agradecimento à Coroa Regente da Casa e de pedido de benção.


Congá: é o santuário ou altar da Umbanda que reúne uma enorme quantidade de objetos: imagens, Santos, pretos velhos, caboclos, deuses hindus , velas, flores etc.
Pemba – é giz oval - forma cônica, que tem o poder de abrir e fechar trabalhos, quando quem o manuseia, sabe o que esta fazendo. Pode purificar, quando em forma de pó e lançado ao ar no ambiente em que se utiliza, pois as pembas são sempre preparadas de forma a condensarem grande quantidade de energia fluidica.
Toalha Branca – significado de pureza onde representa a nosso respeito pelo manto onde se bate e entrega a cabeça para os Orixás.
Velas - Vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo. Iluminadas, são rogação ou agradecimento ao espírito ou Orixá a quem dedicou. Ao iluminá-las, homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito.
Defumação - Visa purificar o médium, o ambiente, os objetos e os consulentes, através da fumaça de uma combinação de ervas específicas. É o ato de expulsar o negativo, através de aromas, ou seja, das essências (ervas: alecrim, benjoim, incenso e outras). A defumação é uma prática antiqüíssima de muitas religiões e de todos os povos. A defumação, evita a contaminação do médium nos diversos tipos de fluidos enfermos que poderiam ser assimilado pelo seu corpo e ou das pessoas presentes no trabalho. Seu aroma desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluídas das Entidades, aumentando assim a sensibilidade de uma forma geral.
Atabaques - Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em vibração.
Ponto Cantado - Um ponto cantado na Umbanda é uma prece de Luz.  Quando cantamos, estamos nos conectando com a Luz da Umbanda, com os Orixás e com os Guias Espirituais. Principalmente, estamos nos conectando com nós mesmos e nossa força e Luz interiores.
Guias (fios de contas) - É um colar ritual de miçangas, contas de cristal, de louça, de frutos pequenos, construídos de acordo com a Entidade, que designa também a cor de sua preferência. Podem ter pequenos objetos presos a eles. Devem ter sempre autorização da casa para as devidas confecções respeitando os procedimentos internos de cada Terreiro.
Vestimenta Roupa Branca (Roupa de Santo) - É a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias. As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (fios de contas). Quando a roupa fica velha, estragada, jamais o médium deverá dar ou jogar fora. Ela deverá ser despachada no mar, juntamente com uma pequena imantação (oferenda) para o Orixá ou Entidade a que pertencer. Fica claro que é obrigatório seu despacho, pois trata-se de um instrumento de trabalho do médium.
Trabalhar descalço - O médium, sempre que possível, deve trabalhar descalço por uma questão de humildade e para facilitar a incorporação, bem como para haver melhor descarga dos fluídos nocivos, diretamente para a terra. Estando o médium calçado, estará isolado da terra, o que dificultará a eliminação dos fluídos nocivos (negativos), assimilados ao se transpor as encruzilhadas, cemitérios, hospitais, etc..., quando da vinda para o Terreiro. Mas cabe sempre as diretrizes de cada terreiro, pois em muitos se tem a obrigatoriedade do uso do sapato. Lembramos que o calçado que se usa dentro de uma gira não se pode utilizar fora, exatamente como a vestimenta Branca do terreiro. 


Passe - Os passes não fazem parte do corpo doutrinário do Espiritismo. Eles remontam aos mais remotos tempos e constituem recursos naturais, postos à disposição dos homens para as tarefas de socorro ao próximo. O Novo Testamento demonstra que Jesus e os Apóstolos utilizavam-se dos passes como recursos magnéticos curadores aliados a recursos espirituais, curando pela imposição das mãos ou pelo influxo das palavras de fé. Graças à sua feição de "Consolador Prometido", o Espiritismo, conserva e difunde essa modalidade de auxílio, a fim de atender uma infinita quantidade de pessoas que batem às portas dos Centros Espíritas, na esperança de cura ou de alívio. O Passe é uma "transfusão de energias psicofísicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em benefício de outrem" (Emmanuel). Para o êxito dessa operação, cabe ao médium passista buscar na prece o fio de ligação com os planos mais elevados da vida. Mágoas excessivas, paixões, desequilíbrio nervoso e inquietude, bem como alimentos inadequados e alcoólicos, são fatores que reduzem as possibilidades do passista e que, portanto, devem ser evitados. Aqueles que se consagram aos trabalhos de assistência aos enfermos através de passes, devem cultivar, além da humildade, boa vontade, pureza de fé, elevação de sentimentos e amor fraternal.


Gira - É a cerimônia onde são invocados os espíritos e amigos espirituais.