Será mantido pelo Grupo de Estudos do Terreiro da Vó Benedita

Tentaremos colocar aqui a religião de uma forma pratica com uma linguagem simples de se entender, sem usar expressões antigas e desconhecidas, mas sim simplificando, da forma que nosso mentor o Caboclo das Sete Encruzilhadas quer que seja nossa religião.

A Umbanda é simples, pessoas que não estudam que não se atualizam que tem medo, que tem vaidade que complicam nossa Sagrada.

Em 2013 nosso grupo de Estudos foi focado em temas básicos da Umbanda, e conseguimos construir um conjunto de 10 apostilas básicas , com assuntos essenciais a nossa religião.

No ano de 2014 iremos focar assuntos mais complexos e misteriosos de nossa Umbanda e ate mesmo de outras religiões.

Estaremos fazendo sempre uma vez ao mês na primeira ou segunda terça feira do mês.

Teremos uma hora de palestra sobre algum desses assuntos, com algum convidado participando e depois uma hora de desenvolvimento aos médiuns da casa

Lembrem disso...o desenvolvimento do médium não deve ser apenas espiritual, mas também desenvolver seu intelecto...estudar...entender as obrigações que são pedidas e feitas.

Contatos e sugestões :

João Carlos Galerani Junior - paijoaozinho@terreirodavobenedita.com

Dirigente do Terreiro da Vó Benedita

Terreirodavobenedita.com

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Apostila III - Fevereiro 2013


Grupo de Estudo – Gira de desenvolvimento Baianos – 09/02/2013

 


Tema 1: Quaresma na Umbanda

A palavra Quaresma vem do Latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática segundo alguns, se consolidou no final do século III, tendo sido citado no 1° Concílio de Nicéia, no ano 325. Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa.
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, ressuscitado no Domingo de Páscoa.
Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.
O espírito da quaresma deve ser como um retiro coletivo de quarenta dias,  propondo um retiro como Jesus  no deserto, se prepara para a celebração das solenidades pascoais, com a purificação do coração, uma prática perfeita da vida cristã e uma atitude penitencial.
...Jesus, antes de iniciar sua vida pública, passou pelo ritual de purificação, foi ao deserto e jejuou quarenta dias e quarenta noites (Mateus 4,2) para preparar-se para sua missão. E depois, ressuscitado, permaneceu quarenta dias com os apóstolos (Atos 1,3) ensinando-os, renovando-os para a nova fase da missão.
E por que quarenta? Até a ciência moderna utiliza o termo quarentena para determinar o isolamento por perigo de contaminação de doenças. De onde vem esse número? Quarenta é o número de semanas que demora para a gestação de um ser humano, o tempo que levamos para adquirir vida, desenvolver um organismo apto a sobreviver. A quaresma é um período entendido e tratado de maneira peculiar na visão de diversas religiões, mas na sua essência representa um processo necessário na vida de todo ser humano, a reflexão buscando auto conhecimento.
Todo espiritualista sabe e se prepara para as alterações energéticas geradas durante os três ciclos (Carnaval, Quaresma, Semana Santa),
Se a Umbanda é uma religião Cristã, porque não deveríamos seguir o exemplo do nosso mestre, que antes de iniciar uma nova fase, um ciclo que deixaria marcas na eternidade, guardou silêncio, refletiu, lutou contra seus demônios interiores e venceu.
Cada umbandista sabe que a mudança faz parte do aprendizado e crescimento espiritual, devemos vencer os demônios da vaidade, inveja, egoísmo e tantos outros, para merecer a oportunidade de trabalhar na corrente de um terreiro.
Umbandista, entre nesta vibração que está sendo gerada pelos seguidores de várias religiões e retire o melhor que puder para sair renovado e ter condição de assumir a grande e difícil responsabilidade de ajudar o próximo, sem julgamentos, sem preconceito, seguindo mais uma vez o exemplo do mestre.
Se há tantos espíritos perturbados soltos durante a quaresma, é justamente nela que precisamos trabalhar para auxilio deles e de quem mais nos procurar.
                                       
Sendo assim  a quaresma representa uma ideia de renascimento, na Umbanda ela representa uma nova chance de remissão para aqueles que, no mundo espiritual, foram os aprisionados de acordo com a lei e justiça divinas. A estes, então, é oferecida a liberdade e a oportunidade de recomeçar.
Porém, infelizmente, para muitos espíritos essa é apenas uma oportunidade de se verem libertos para voltar a praticar o mal, inclusive contra aqueles ligados à causa de seu aprisionamento.
Por isso, todos nós, mas principalmente aqueles que trabalham sua mediunidade, devemos ficar, durante esse período, mais vigilantes e cuidadosos do que nunca com as influências energéticas negativas, tanto as mentais quanto as espirituais.

O que é possível fazer para evitar esse tipo de interferência em nossas vidas, decisões e atitudes?

Primeiramente, é preciso estar atento a padrões incomuns de pensamento, atitudes, comportamentos ou sentimentos negativos, ou porque normalmente não acontecem, ou porque passam a acontecer nessa época de forma mais acentuada. Além disso, atentar também para distúrbios de sono e de humor, dores de cabeça sem causa aparente ou recaídas de uma forma geral, sobretudo com relação a vícios. É importante ainda evitar os excessos, principalmente no consumo de álcool e/ou de outras drogas que alteram o estado de consciência e, portanto, deixam a mente mais suscetível a influências externas.
De forma prática, auxilia manter sua vela de anjo da guarda permanentemente acesa e fazer banhos freqüentes de defesa. Recorrer à ajuda que as entidades nos oferecem com muito amor também é de grande importância, seja através da aplicação de passes ou através das consultas.

Vale lembrar que ataques e influências externas negativas não acontecem apenas nesse período, mas nesse período podem tornar-se mais freqüentes ou incisivos. Da mesma forma, velas e banhos não são ferramentas ou formas definitivas de proteção contra más influências específicas do período da quaresma, são instrumentos de que podemos nos valer em todos os dias do ano, mas que nesse período nos são de especial utilidade.

Quando o Mestre Jesus aconselhou os seus discípulos com a frase, "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na verdade, está pronto, mas a carne é fraca... na vossa paciência salvai vossas almas." ele os alertava para que estivessem atentos aos seus sentimentos, e atitudes pois a matéria é suscetível às vibrações negativas. A densidade da matéria faz com que ela seja propícia à interferência das forças do meio ambiente e também de forças manipuladoras que querem arrebanhar mais poder.


Tema 2 : O que são os Orixás?

O planeta em que vivemos e todos os mundos dos planos materiais se mantêm vivos através do equilíbrio entre as energias da natureza. A harmonia planetária só é possível devido a um intrincado e imenso jogo energético entre os elementos químicos e energéticos que constituem estes mundos e entre cada um dos seres vivos que habitam estes planetas.

Um dado característico do exercício da religião de Umbanda é o uso, como fonte de trabalho, destas energias. Vivendo no planeta Terra, o homem convive com Leis desde sua origem e evolução, Leis que mantêm a vitalidade, a criação e a transformação, dados essenciais à vida como a vemos desenvolver-se a cada segundo. Sem essa harmonia energética o planeta entraria no caos.

O fogo, o ar, a terra e a água são os elementos primordiais que, combinados, dão origem a tudo que nossos corpos físicos sentem, assim como também são constituintes destes corpos.

Esses elementos e suas ramificações são comandados e trabalhados por Entidades Espirituais que vão desde os Elementais (espíritos em transição atuantes no grande laboratório planetário), até aos Espíritos Superiores que inspecionam, comandam e fornecem o fluido vital para o trabalho constante de CRIAR, MANTER e TRANSFORMAR a dinâmica evolutiva da vida no Planeta Terra e seus habitantes.

A esses espíritos de alta força vibratória chamamos ORIXÁS, Na Umbanda são tidos como os maiores responsáveis pelo equilíbrio da natureza, condutores das qualidades divinas e responsáveis pela dinâmica da evolução. São conhecidos em outras partes do mundo como "Ministros" ou "Devas", espíritos divinos de alta vibração evolutiva que cooperam diretamente com Deus, fazendo com que Suas Leis sejam cumpridas constantemente.

O uso de uma palavra que significa “dono da cabeça” (ORI-XÁ) mostra a relação existente entre o mundo e o indivíduo, entre o ambiente e os seres que nele habitam. Nossos corpos têm, em sua constituição, todos os elementos naturais em diferentes proporções. Além dos espíritos amigos que se empenham em nossa vigilância e auxílio morais, como nosso Anjo de Guarda e nossos Guias, somos vibrados e irradiados por esses Seres Divinizados no ensejo de nos comunicarem as qualidades divinas que nos impulsionam para frente e para o Alto, na conquista da paz e da alegria. Apesar de recebermos a influência constante de todos os Orixás, somos influenciados e filiados, de forma especial, em nossa encarnação, os poderes e as energias Divinas. O Orixá que cuida do equilíbrio energético, físico e emocional de nossos corpos físicos e astral.

Nós, seres espirituais, manifestando-se em corpos de matéria, somos influenciados pela ação dessas energias desde o momento da nossa criação por Deus. Desde o momento em que nossa personalidade começa a ser definida, essas energias divinas e seus regentes nos abraçam com amor e nos apontam e orientam no caminho da evolução. Essas vibrações, em cada encarnação, vão formar o que chamamos de "arquétipo", conformando nossa personalidade à energia vibrada dominante.

Ao Regente dessa energia predominante, definida no nosso nascimento, denominamos de nosso Orixá , "Chefe de Cabeça", "Pai ou Mãe de Cabeça", Quando um espírito vai encarnar, são consultados os futuros pais, durante o sono, quanto à concordância em gerar um filho, obedecendo-se à lei do livre arbítrio. Tendo os mesmos concordado, começa o trabalho de plasmar a forma que esse espírito usará no veículo físico. Esta tarefa é entregue aos poderosos Espíritos da Natureza, sendo que um deles assume a responsabilidade dessa tarefa de forma especial, fornecendo a esse ser reencarnante as energias necessárias para que o feto se desenvolva, para que haja vida. A partir desse processo, o novo ser encarnado estará ligado diretamente àquela vibração original. Assim surgem os Orixás da coroa desse novo ser encarnado, que são as forças energéticas primárias e atuantes.

Nesse período da reencarnação, os Elementais trabalham incessantemente, cada um na sua respectiva área, partindo do embrião até formar todas as camadas materiais do corpo humano, que são moldadas até nascer o novo ser com o seu duplo etérico e corpo denso.

Após o nascimento, essa força energética vai promovendo o domínio gradativo da consciência da alma e da força do espírito sobre a forma material até que seja adquirida sua personalidade por meio da Lei do livre Arbítrio. A partir daí essa energia passa a atuar de forma mais discreta, obedecendo a esta Lei, sustentando-lhe, contudo, a forma e energia material pela contínua manutenção e transformação, no sentido de manter-lhe a existência.

A cada reencarnação, de acordo com nossas necessidades evolutivas e carmicas a serem cumpridas, somos responsáveis por diferentes corpos, e para cada um destes nossos corpos, podemos contar com o auxílio dos Espíritos da Natureza, regidos pelos Orixás. Um Mensageiro desse Orixá é, normalmente, quem se aproxima do médium quando este invoca qualquer Orixá. Em todos os rituais de Umbanda, de modo especial nas Iniciações, a invocação dessas forças são feitas para todos os médiuns quando efetuam seus Assentamentos, meio de atração, para perto de si, das energias puras vibradas.

É importante dizer que ao recebermos a vibração destes orixas estamos recebendo e emitindo esta energia cosmica tanto para o nosso bem como para as pessoas presentes na casa. Trazendo tudo de bom para que o trabalho ocorra da melhor maqneira possivel com as energias vibratorias dos Orixas.

È necessario lembrar que esta energia é de grande força, por isso se faz necessario que o medium receba os seus Orixas mentores para que o mesmo não se esgote e consiga continuar o trabalho de incorporação na casa. Esta forma vibratoria dos orixas, exigi do medium maior concentração e tambem disponibilização de enrgia pessoal , por isso e natural sentir a sensação de fraquesa no momento que o mesmo se retira.

Orixas mais cultuados na Umbanda

OXALÁ
Oxalá é o maior Orixá da Umbanda,  Deus Supremo. Representado por uma estrela de cinco pontas, é sincretizado como Jesus Cristo e representa a paz e a fé. Na umbanda, sua tarefa foi a de criação do ser humano. Ele envia vibrações que estimulam a fé individual, assim como irradiações que geram sentimentos de religiosidade. É aquele que determina o fim da vida de cada ser humano, é o momento de partir em paz. Representa o amor, bondade, pureza espiritual, e tudo aquilo que indica positividade.
OXUM
É a Orixá que domina as mulheres, orixá da fertilidade, do amor e do ouro. Protetora das gestantes e da juventude, é a senhora das águas doces. Representa a beleza e a pureza, a moral e o modelo de mãe. Muitas vezes é evocada em prol da limpeza fluídica dos seguidores e do ambiente dos templos. Segundo a Umbanda, ela é o exemplo de mãe que nunca desampara seus filhos e ajuda a qualquer pessoa.
OGUM
Orixá guerreiro, Ogum é aquele que representa todas as batalhas da vida. Representado por São Jorge, é o orixá protetor contra as guerras e contra diversas demandas espirituais; Ogum é a força do movimento. É ele quem protege os seguidores da Umbanda e as pessoas que sofrem perseguições espirituais ou materiais. Ogum também é o senhor das estradas, é a jornada do dia a dia e sua responsabilidade é a manutenção da lei e da ordem.
IEMANJÁ
Orixá mais popular do Brasil, a rainha do mar é a mãe todos os Orixás, é o trono feminino da geração, a protetora dos marinheiros, pescadores, das viagens pelo mar, e também sobre toda a flora e fauna marinhas. E além disso, atua no amparo à maternidade, rege de forma absoluta o lar e a família. Dona dos mares e oceanos, águas essas que, através de sua força, tem o papel de devolver vibrações e trabalhos, pois creem que o mar devolve tudo que nele for jogado e vibrado.
XANGÔ
Xangô é o Orixá da justiça e da sabedoria, simboliza a lei de causa e efeito, responsável a dar a quem merece o devido castigo e a vitória aos que foram injustiçados. É quem dá solução às pendências. A maioria dos seguidores que recorrem ao Xangô são os que sofrem de injustiças, perseguições espirituais e materiais. Desse Orixá, emanam também o saber e a autoridade, é o protetor de todos que tem contato com as práticas da lei.
IANSÃ
Iansã é a Orixá dos ventos e das tempestades. Rainha dos raios, é responsável pelas transformações e pelo combate à feitiçarias feitas aos seus seguidores. Guerreira, é conhecida também como guardiã dos mortos, pois exerce domínio sobre os eguns. A força de sua magia afasta todas as influências do mal e negativas, pois tem o poder de anular os males e cargas de enfeitiçamento.
OXOSSI
Oxossi é o Orixá conhecido como senhor dos caboclos e das matas. É o caçador de almas de homens e dele emana altivez. Encoraja e dá segurança a todos seus seguidores; protetor dos animais, é conhecido por aliar sua grande força com o bom senso. Assim como Ogum, é um lutador, grande guerreiro, está sempre pronto para defender aqueles que se colocam sob sua guarda.
OMULÚ
Orixá da saúde, atua sobre os doentes, hospitais e cemitérios. Senhor da morte e das doenças,costuma ser muito temido, porém da mesma forma que traz a doença, ele leva embora também. Muito respeitado, é um orixá exigente e grande feiticeiro. Omulú é a é a manifestação idosa de Obaluaiê. Os médiuns ao manifestarem a presença de Omulú, se curvam aproximando-se o máximo da terra, do chão. Representa a transformação do ser, morrer para o pequeno e renascer para o grande.
NANÃ
Rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada.
È a linha da Evolução, enquanto Obaluaye atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar
OXUMARÉ
 filho mais novo e preferido de Nanã, irmão de Omulu. É uma entidade branca muito antiga, participou da criação do mundo enrolando-se ao redor da terra, reunindo a matéria e dando forma ao Mundo. Sustenta o Universo, controla e põe os astros e o oceano em movimento. Rastejando pelo Mundo, desenhou seus vales e rios.. Sua essência é o movimento, a fertilidade, a continuidade da vida.
A comunicação entre o céu e a terra é garantida por Oxumarê. Leva a água dos mares, para o céu, para que a chuva possa formar-se - é o arco-íris, a grande cobra colorida. Assegura comunicação entre o mundo sobrenatural, os antepassados e os homens e por isso à associa do ao cordão umbilical..


Cores Vibratorias dos Orixas

Oxalá – Branco
Iemanjá – azul ( clara)
Oxum – amarelo ou Azul escuro
Iansã – Amarelo
Nanã – Lilás
Ogum – Vermelho
Oxossi – Verde
Xangô – Marron
Omulu – Branco Amarelo e preto
Oxumarè – As Cores do Arco Iris


Tema 3-Significado da palavra Aruanda


Aruanda é o nome dado pela Umbanda a uma cidade de luz etérica que orbitaria a ionosfera do planeta Terra, em uma dimensão espiritual de transição.

Apesar da farta literatura, a Umbanda não é considerada uma religião codificada. Por esse motivo, o termo Aruanda pode possuir diversos significados, dependendo da tenda, barracão ou centro espiritualista no qual seja mencionado. É, inclusive, utilizado por outras religiões espiritualistas tais como Quimbanda e Candomblé, em referência genérica a "plano espiritual".

Para a Umbanda tradicional (fundada em 1908 pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas), os habitantes de Aruanda são trabalhadores do bem e da caridade, sejam recém-desencarnados em aprendizagem, sejam espíritos de luz que à muito não retornam a esfera física pela reencarnação. Estes guias epirituais, apesar de sua evolução, permanecem na dimensão vibratória de Aruanda para continuar auxiliando encarnados e desencarnados, se manifestando na Terra sob a roupagem fluídica (em tipologia espiritual) de pretos-velho, cablocos e crianças. Suas verdadeiras formas, no entanto, transcendem raça, credo ou etnia, sendo possível sua manifestação em qualquer congregação que pratique o binômio amor-caridade e que admita a comunicação espiritual.

Para o espiritismo (codificado por Allan Kardec), Aruanda seria a denominação de uma colônia espiritual, assemelhada à colônia Nosso Lar, descrita no livro de André Luis, psicografado pelo médium Chico Xavier. Em Aruanda, porém, estariam presentes elementos magísticos da cultura africana, em sincretismo com simbolos da cultura judaico-cristã.

Aruanda, enquanto cidade espiritual, é mencionada nos livros "Tambores de Angola" e "Aruanda" - livros do espírito Ângelo Inácio, psicografado pelo médium Robson Pinheiro. Em ambos, a religião da Umbanda é situada com integrante de um panorama espírita maior (espiritualismo universalista), sendo explicada a importância de seus rituais magísticos e simbologias, enquanto formas de manipulação das forças elementais da natureza.